A Importância da Inclusão Social nas Escolas
- Guilherme Rubens
- 2 de jul. de 2020
- 7 min de leitura
Atualizado: 3 de jul. de 2020

#ParaCegoVer A imagem acima mostra alguns personagens da Turma da Mônica, na própria ambientação dos quadrinhos. Eles estão em um campo, com a árvore do lado e várias casas ao fundo. A professora está na frente segurando os seus livros enquanto os outros personagens estão ao fundo, todos com algum tipo de deficiência. Na parte superior da imagem, existe um letreiro igualzinho da Turma da Mônica, só que escrito "Blog do Rubão", à seguir com um título: Inclusão Social nas Escolas. O logo do site está em uma bola de futebol, com uma das personagens interagindo com ela.
Um tema forte e delicado, não?! Vai se acostumando, pois falarei sobre isso mais vezes neste blog.
Este ano fui convidado pelo grêmio estudantil de minha escola (ETEC Presidente Vargas) para responder uma pergunta referente a um projeto deles, o Incluni (este projeto foi criado para informar os alunos sobre a inclusão). No dia, eles estavam fazendo uma matéria sobre inclusão nas escolas. A pergunta era: “Por que você acha importante que a escola crie projetos de inclusão?”. Infelizmente, eu só tinha 30 segundos de vídeo para responder, mas enviei a minha colaboração, que inclusive, foi publicada no Instagram deles. Deixarei mais informações no final deste artigo. Um forte abraço para a equipe Incluni!!!
Irei explanar um pouco mais sobre este assunto abaixo, espero que você leia e entenda, a importância da inclusão social nas escolas.
Primeiramente, o que é a inclusão social?
Basicamente, a inclusão social, como o próprio nome já diz, é a inclusão de pessoas que por algum motivo foram excluídas, para o contexto social. É o meio das pessoas com algum tipo de deficiência terem os mesmos direitos que os demais. O número de pessoas que são excluídas pela sociedade em diversos aspectos é excessivo. Se especificarmos na área de pessoas que têm necessidades especiais, ações como trazer a acessibilidade em um local onde não tinha, por exemplo, é um tipo de inclusão social. Hoje focarei no contexto de deficientes físicos e intelectuais.
Este é um assunto pouco discutido, porém, muito importante! A maioria das pessoas em nosso país, ou até mesmo fora dele, não sabem como ajudar os deficientes, sejam físicos ou intelectuais. Coisas básicas como saber atravessar a rua com um cego, se comunicar com um surdo, ou até mesmo em falar em tom baixo com um autista. Ou seja, falta muita informação para a população estar ligada quanto a isso.
O Censo Democrático de 2020 junto com o Ministério da Saúde, divulgaram que aproximadamente 13 milhões de brasileiros são deficientes. Isso porque o método de avaliação usado para “categorizar” as pessoas deficientes foi alterado nessa pesquisa. Em anos passados o número era muito maior! São diversas pessoas, que no seu dia a dia passam por algumas dificuldades. Que, com a coincidência da população no geral poderiam ser minimizadas.
Mas enfim, voltando ao assunto, no contexto educacional e acadêmico, qual é a importância da inclusão social nas escolas?
Antes de irmos para a resposta, digo que a inclusão social deveria ser algo natural em todos os lugares, porém sabemos que infelizmente não é assim.
A iniciativa de criar projetos focados nisso é mais que ótimo, é essencial. Uma boa escola deve estar preparada para qualquer tipo de situação, não só nos padrões que muitas vezes a sociedade impõe, de cumprir com os mandatos acadêmicos, mas se adaptar com boas mudanças, tanto pela flexibilidade administrativa, como no tema que estamos tratando, acolher de maneira igual aqueles que possuem alguma característica diferente.
A escola é o princípio de tudo. Se houver inclusão nas escolas, os próprios alunos vão aprender a como lidar, conviver e ajudar aqueles que necessitam de cuidados especiais! Escrever um texto em braile, interpretar sinais, colocar rampas e elevadores na escola são ótimos fatores que contribuem para isso! Porém, a real mudança acontece em cada um de nós! A sociedade precisa entender que "pessoas especiais" são aquelas que se colocam no lugar do próximo, ajudando sempre os que precisam. E os deficientes são aqueles que continuam tendo preconceito, falta de amor e compaixão pelas outras pessoas.
A partir do momento em que a escola aplicar este tipo de projeto, ajudará no futuro. A inclusão social não será um assunto difícil de ser tratado, mas fácil de ser compreendido.
Quando nos unimos, as dificuldades são reduzidas! As crianças, aprendendo a ajudar os colegas, vão contribuir para essa mudança, além de dar exemplo de humildade e cidadania! Lembre-se que cegos são os que não enxergam a real necessidade da inclusão, e surdos os que ignoram o dever de ajudar. Um projeto escolar de inclusão social é mais importante do que parece ser. Pequenas ações geram grandes resultados. Pequenas crianças se tornarão grandes adultos.
Mas agora, você deve estar se perguntando, “Qual é o motivo da capa deste post? O que tem haver a Turma da Mônica?”. Calma lá meu amigo, minha amiga. Agora fará todo o sentido para você, ok?
Acredito que não seja preciso uma introdução sobre a raivosa e baixinha Mônica... Um ícone dos quadrinhos brasileiros, criada pelo gênio Maurício de Sousa que marcou uma exuberante presença ao longo destes 57 anos, e continua marcando!
Os gibis e revistas da Turma da Mônica estão bem presentes nas escolas, sejam em suas bibliotecas ou atividades aplicadas pelos professores. Aliás, no contexto acadêmico, essa turminha já apareceu até mesmo em vestibulares! (O seu pesadelo né, fala a verdade! rsrs) Querendo ou não, eles sempre abordaram contextos importantes e interessantes, tendo uma própria revista para isso, chamada “Saiba Mais”. Eu já tive algumas, tenho-as guardadas até hoje!
Um dos temas que já foi bastante abordado pelo Maurício de Sousa com essa turma, foi a inclusão social, tendo diversos personagens representando várias áreas diferentes de deficiências! Estão entre eles, o Luca, cadeirante apaixonado por basquete; Dorinha; deficiente visual meiga e muito inteligente; André, um menino autista; Humberto, deficiente auditivo, que inclusive foi um dos primeiros a aparecer nas histórias da Mônica; e uma das últimas a ser apresentada, a querida Tati, uma menina com Síndrome de Down. Há outros personagens que eu não citei, mas deixarei algumas capas de revistas aqui embaixo para vocês conhecerem um pouco mais.
#ParaCegoVer: As imagens acima são capas de várias edições diferentes dos gibis da Turma da Mônica que abordam a Inclusão.
Gostaria de enfatizar e falar um pouco sobre uma edição especial da Turma da Mônica, intitulada como “Viva as diferenças!”. Quadrinho que apresentou a personagem Tati, como eu disse acima. “A revista tem o propósito de esclarecer a população sobre alguns aspectos da Síndrome de Down e, desta forma, ampliar a oportunidade de inclusão e a possibilidade de aprendizado mútuo, reforçando o conceito de que cada ser é único e que Ser Diferente é Normal”, diz o Instituto Maurício de Souza sobre esta edição.
A história foi feita em parceria com o Instituto Meta Social, em seu resumo, ela se passa na escola dos pequeninos, que ficam surpresos em conhecer esta nova amiga que chegou ao bairro do Limoeiro e entrou na mesma classe deles. Eles conhecem a garotinha Tati com os seus traços e características e ficam impressionados com a interação dela. Esta é uma leitura muito divertida e interessante para se entreter e informar, é rápida e dinâmica. A revista foi publicada no Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março, no Memorial da America Latina em 2009. A distribuição foi feita gratuitamente em hospitais e ONGs. Caso queira ler, clique aqui.
Outros gibis e conteúdos feitos pela mesma empresa já foram criados para essa devida conscientização e aprendizagem das crianças e adultos também! Este é um ótimo meio no qual a escola tem para trabalhar em cima disso. As crianças tendo contato com estes conteúdos ajuda nesta compreensão das diferenças entre os colegas. Como comentei, se for ensinado nas escolas desde novinhos, o futuro será diferente. Há uma frase que diz: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar” -Nelson Mandela.
Em resposta de uma entrevista à revista VEJA, Maurício de Souza responde uma das perguntas enfatizando essa recepção dos leitores pelos personagens com deficiências. Ele disse: “O retorno é sempre grande e positivo porque falta informação para quem vive e convive com essas crianças. No caso do André, temos relatos de pais que nos enviaram mensagens contando que seus filhos se espelham nos personagens da turma para se comunicar melhor com os amiguinhos autistas.” Confira a entrevista
Olhe só... pois é! Analise a importância então de na escola ter palestras que incentivem a inclusão, ensinando e mostrando a real importância de tudo isso. A Turma da Mônica foi um pequeno exemplo de que não é preciso virar o mundo de cabeça para baixo para falar sobre este assunto, não é um bicho de sete cabeças. As pessoas devem saber conviver com as outras, mesmo sendo “diferentes”. E na escola, onde o beabá é ensinado, é um ótimo lugar para começar a desenvolver, praticar e aplicar a inclusão social. Alguns detalhes fazem sim a diferença, e você também pode fazer.
Em outra oportunidade, falarei sobre o contexto real desta inclusão, como os alunos deficientes são tratados nas escolas, metodologias e recursos que são ou não aplicados. Me aguardem!
Obs: Enquanto desenvolvia este artigo, coincidentemente fui chamado para fazer parte da equipe Incluni, então estarei trabalhando com eles agora também. Não esqueça de acompanhar este belo trabalho. O meu sincero obrigado pela oportunidade, tamo junto galerinha!
Espero que tenha gostado! Esse texto deu trabalho hein! kkk
Um forte abraço do Rubão para você. Faça a diferença! Ajude o próximo! Que Deus nos abençoe. ;)
--Ruubeens!
Revisão do texto: Priscila Noronha.
Insta do projeto do Grêmio Estudantil da minha escola: @incluni_etecpv.
--- Quer conferir e ver detalhes de alguns dados ou falas que citei? Deixarei alguns links abaixo. ---
Censo Demográfico de 2020 e o mapeamento das pessoas com deficiência no Brasil: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cpd/documentos/cinthia-ministerio-da-saude
Descrição da HQ “Viva a Diferença” feita pelo Instituto Maurício de Sousa:
Entrevista da Veja com Maurício de Sousa:
Para ler Turma da Mônica – “Viva a Diferença”:
Excelente texto sobre um tema muito atual! As discussões que podem gerar são fundamentais.
Já estou ansiosa para o próximo texto, parabéns pela iniciativa filho.
MANO INCRÍVEL
parabéns de vdd xuxu
a gente tinha era q pressionar as escolas a ensinar LIBRAS e braile, além de incentivar a boa relação com os coleguinhas PCD desde criança!!
Ame ao próximo como a ti mesmo. O próximo pode ser um portador de deficiência. Estenda a mão para os outros porque Deus estendeu a mão Dele para nos salvar.